Tenho medo, Zé. Sabe, não sou mulher ideal: não sei cozinhar, sou desorganizada, preguiçosa e amo levantar na hora do almoço. Sou até que egoísta se você for parar pra pensar. Mas humildemente falando, eu tenho minhas qualidades. Sou carinhosa - até demais - e sensível. Não sei mentir com os olhos, eles me entregam. Amo assistir filme agarradinho embaixo de uma coberta num dia frio. E no calor, nada que um ar condicionado com coberta também não funcione. E tenho sonhos fúteis. Quero ir pra Paris só pra tirar uma foto beijando em frente à Torre Eiffel. Quero ter uma música que me lembre nós dois. Quero que ele me ensine física e futebol. Quero conhecer o mundo.
Tão clichê né Zé? Tudo tão óbvio quase sempre mostrado em uma comédia romântica… É isso! Comédia romântica. Quero a vida como nos filmes. Não acredito muito em destino. "As coisas vão acontecer, pode sentar e esperar que o que tiver que ser, será". Para tudo! Mais um defeito meu: querer fazer acontecer. Querer escrever minha própria história, tirar e por personagens e fazer as falas. E aí esse estranho apareceu na minha vida e me mostrou algo antes surreal pra mim. A graça do amor não é você saber o que vai acontecer amanhã. É ser surpreendido. Não esperar que o cara-dos-seus-sonhos vai te encontrar numa festa quando você estiver toda arrumada, e te convidar pra sair. Vai ser na correria do dia-a-dia, com aquela roupa nada sensual, sabe porque? O amor não tem regras. Hoje eu sou prova disso. Talvez essa seja a verdadeira razão de um amor verdadeiro: encontrar nele, e apenas nele, tudo que um dia faltou em você. Porque ele sempre vem, a qualquer momento, e eu nunca sei a hora de preparar meu coração.
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