Não existem motivos para querer estar com alguém que já não quer mais estar com a gente. Pelo menos não motivos reais, além das falsas seguranças e comodismos. Se você me disser "porque dói mais sem ele", eu preciso te contar a verdade. Ele provavelmente já não estava mais aqui. Há muito tempo, inclusive antes do fim.
Sim, eu sei. É tão dolorido que até mesmo parece um chute. Mas, na verdade, é algo como um empurrão. O empurrão necessário para você seguir em frente. O empurrão necessário para você encontrar quem realmente queira estar ao seu lado. Inclusive você, mesmo que sozinha. Essas pessoas nos fazem um bem. Não pela dor, é claro, mas pela leveza que essa traz. Uma hora a dor passa, meu anjo. Mas a liberdade fica.
Términos. Fins. Despedidas. Podem até mesmo parecerem um alívio (e muitas vezes são), mas a verdadeira felicidade não está nos finais. Está nos recomeços.
Os fins são apenas um caminho. O intermédio. Porque nada é tão valioso quanto o agora. Quanto as esperanças de novos capítulos. Existe um motivo para os nossos olhos e pés estarem no mesmo sentido. Para frente. O passado deve ser carregado apenas dentro do peito. Claro, com todos os seus merecidos cuidados e lições.
A verdadeira felicidade não está apenas em se lembrar do que passou. Não. É preciso ser feliz com os novos caminhos, mesmo sem nunca sabermos quais são. Então, pare de ver os fins apenas como finais. Sem eles, nunca um recomeço teria existido.
"Mas eu não consigo ser feliz sem ele". Consegue. Com certeza, consegue.
Talvez não encarando a vida dessa forma. Mas sejamos sinceras: você também não seria feliz com ele, com tão pouco amor próprio. Você pode até dizer: "mas nós precisamos de família, amigos e amores". Sim, eu concordo. Completamente. Mas nenhum desses se faz tão necessário quanto o amor próprio.
Quanto poder abraçar os seus defeitos com mais leveza e reconhecer as suas qualidades com mais carinho. Um "eu" sólido. Um "eu" capaz de não aceitar os tantos desrespeitos existentes por aí. Eu já conheci pessoas incríveis e felizes sem nunca experimentarem um relacionamento “sério” e duradouro. Sem nunca terem conhecido as suas famílias.
Talvez o amor próprio não seja sempre suficiente. Eu sei. Mas com certeza é necessário.
Posso falar por experiência própria. Não era amor. Era va(cilada).
Não foi nada pessoal. Ou até foi, mas não com ele. Foi comigo mesma. Isso não significa que eu tenha esquecido. Isso não significa que eu tenha deixado de lado todos os carinhos que dividimos. Os sorrisos. Os momentos bons. Eu me lembro. Inclusive até mais do que deveria. Mas, felizmente, eu me lembro também de todas as vezes em que me anulei. Quando deixei de ser eu mesma para ser um alguém que o agradava. Um alguém que se encaixava em todos os seus sonhos e planos, mas tão distante de mim. Não é nada com ele. Pelo menos não diretamente. Eu apenas me lembrei do essencial: eu mesma.
Um eu abandonado em alguma esquina, por tanto querer agradá-lo, impressioná-lo.
Por tanto não notar certos egoísmos. Se eu o culpo? Não. Longe disso. Afinal, eu não deveria ter aceitado esse caminho. Mas, por sorte, eu me lembrei disso.
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